terça-feira, 18 de maio de 2010

JEANS-A saga







Nasceu com "shape" italianoLévi sentiu a possibilidade de desencalhar seu tecido, ao fazer com ele uma peça do vestuário masculino. Tomando, como molde, a calça de um marinheiro genovês, que em Gênova a usava como todos os outros marinheiros, de forma utilitária no trabalho, por ser confeccionada em tecido de algodão resistente.
Prova de resistência no trabalho pesadoStrauss acaba por descobrir a sua particular "Mina de Ouro". A tal calça foi unanimemente aprovada. Destinava dessa forma todo seu estoque de tecido em calças de trabalho para os garimpeiros da mina.
Gerado em plena expansão da AméricaDiante de tanto sucesso, o alemão inaugura em 1856 sua primeira fábrica: A LÉVI STRAUSS & CO LTDA (Companhia do Irmão, Creio), lá mesmo em São Francisco. E é desta forma que se inicia a "Febre do Jeans" na pegada da "Febre do Ouro".
Corre em suas veias o sangue azul, francêsAlguns anos depois, o tecido foi substituído por brim. Uma sarja originária de Nimes, cidade francesa. "Serge de Nimes". Esta sarja ou brim já vinha tinturada com índigo, planta de onde provém o anil, a substância para tingir tecidos de azul escuro. O famoso "índigo blue" do jeans, que do francês "Serge de Nimes" torna-se "Corruptela de Denim".
Sem preconceito, nascido de pai solteiroSeguindo trajetória, o nosso protagonista começa a ficar mais elaborado. Abotoamento com botão à mostra, rebites nos bolsos e costura reforçada atestam que tem símbolos de qualidade, resistência e originalidade. Com cara de identidade própria. Ganha nome e sobrenome "Jeans Lévi's", e tem, em 1872, registrada a sua primeirapatente.
Parceria no cobre, com status de ouroNo ano seguinte, o jeans Lévi's recebe um sócio: Jacob Davis, de Carson City, Nevada, que pré-concebeu a idéia de reforçar as calças com rebites de cobre nos seus pontos de maior tensão, consolidando desta forma a longevidade do Lévi's 501 "Five Pockets", o mais vendido até os dias de hoje.
Com sotaque alemão, registros americanos e bem-acompanhado, ganhou o mundoEm 1881, nova patente: a da etiqueta de couro com a logo, no cós, e posteriormente no século seguinte, em 1935, UAU!!! Ganha uma companheira inseparável: o jeans feminino. Fantástico, era tudo o que a gente queria e, com certeza, o cenário não seria mais o mesmo. Celebrado pela Vôgue americana e com aplausos que se repetem até hoje. E mais um foco intensifica a personalidade do Lévi's: é agregada no bolso traseiro a minúscula, mas forte etiquetinha vermelha patenteada em 1936.
O primeiro banho de sucessoUm século após sua primeira patente, em 1932, o jeans recebeu seu primeiro desbotamento artificial, deixando para trás o seu aspecto gasto das décadas de 50 e 60, quando era bem conhecido como "calça rancheira" e entra de vez para o mundo urbano, contemporâneo, tecnológico. Desde as lavagens para tirar a sua goma, amaciar e ficar confortável como a gente gosta, até as lavagens com desgaste.
Jeans tudoO sucesso foi tão grande que foi sempre reinventado por multimarcas. É multiforme, multifacetado, é multinacional. Agora a corrida é atrás do azul, do petróleo, do azulpetróleo. O índigo transcendeu. Desde as lavagens "Stone washed", "Bleach", etc. Vale citar que existe uma simbiose entre o retrô e o "hype". A cada estação, novas leituras, tanto no "shape", como nos mixes de fibras e de cores. Isso gera diferenciação e quem está na esteira da tecnologia desenvolve cor por laboratórios especializados em colorimetria, nos quais são feitas as classificações das novas cores para dar o tom da estação.
Por trás deste panoOu melhor, pela frente, pelo lado direito, não se vê o algodão. Em certos casos, ele tem interferências como o elastano, fibras sintéticas, poliamida, lurex, inox, etc. Mais de século separa o "Wild West" do "lifestyle" de hoje, cuja referência é a tecnologia de ponta, para um mundo que tem pressa, quer praticidade, qualidade, beleza e conforto. Resumo da ópera - os tecidos seguem duas vertentes, dependendo da ênfase que a marca quer dar: tradicional e o "hight tec" como os laminados, os resinados, os plastificados. O avesso preserva o toque do jeans. O tecido evoluiu, estamos na era dos tecidos inteligentes, matérias recicladas. Mas claro! Se temos que ter nervos de aço para agüentarmos o tranco da vida contemporânea, o nosso jeans tem que ter fibra de inox.
Seduções antes inimagináveisImpossível ser diferente na trajetória do maior ícone do vestuário do mundo. Geneticamente inevitável. Nasceu literalmente para o mundo. Carrega em seu gene características alemã, italiana, francesa, e nasceu em berço americano, mais "hi-lo" impossível". E nessa mistura toda surgiram climas de enamoramento entre o despojado e o chic. Começando lá atrás em 1970, no auge da rebeldia jeans. Conduzido por Saint-Laurent e, posteriormente, muitos criadores também estenderam seus tapetes para que ele pudesse brilhar.
Já não seria mais jogar pérolas aos porcos Render-se diante de tanta democracia era óbvio! Hoje quem dirige com mãos de ouro (ouro branco ou prata, dos anéis que cobrem seus dedos), a tradicionalíssima Maison Chanel achou oportuno colocar lado a lado pérolas e jeans, juntando luxo e despojamento. Louis Vuitton celebrou o jeans, logotipando uma calça inteirinha. Armani já cria para sua própria casa, a "Armani Jeans". O jeans ganha status elitista ou é a "hout culture" que se democratiza? Afinal nem só de perfumes pode viver a "hout culture". Enfim jeans! Aceita todos os conceitos, atitude, personalidade, modernidade, universalidade, contemporaneidade e se mostra: despojado e chic em um casamento "Armanioso". Yuri Gagarin, por certo não pensou no jeans, quando disse que a "terra é azul"! Mas nós pensamos. Um bom jeans a todos!

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